1° Temporada 1.4

Eu, finalmente, saí da casa dos meus tios e fui morar sozinho numa casa próxima a um cemitério, ela tinha dois quartos, duas salas, uma cozinha, um banheiro e um pequeno cômodo. No primeiro dia meu primo havia aparecido lá com um playstation, e como eu estava animado, inauguramos a minha liberdade com um dia inteiro de jogos sangrentos e muito Rock n' Roll. Finalmente pude reencontrar a minha querida privacidade. Fiz tudo o que queria fazer no meu novo espaço como pendurar posteres de bandas na parede do quarto, ouvir música alta, chegar tarde da rua, andar pelado pela casa, acordar tarde nos fins de semana, deixar a cama bagunçada e deixar pratos sujos na pia por mais tempo. A amizade entre eu e Cris, simplesmente, cresce cada vez mais. Realmente nos tornamos "irmãos", eu me sentia bem quando estava com ela, sempre falávamos sobre os assuntos mais diversos como o tempo, a morte, a vida e as teorias de determinados temas, eu não falava sobre tais assuntos com outra pessoas até então. Era como se ela fosse um "cara" fazia coisas de garotos, odiava feminilidade e isso era mesmo fantástico. A Cris sempre teve uma visão realista sobre as coisas, eu adorava isso, sempre agia com sinceridade e dizia coisas que realmente pensava, como uma vez que estávamos falando sobre minha mãe, pelo pouco contato que as duas tiveram, ela pôde perceber que mamãe era muito controladora em relação à mim e que ela mantinha esse controle de forma prejudicial à mim, pois assim me prendia e fazia com que eu não me sentisse independente pra viver. Era incrível como a Cris era sacana, porque minha mãe é mesmo muito controladora, e como meu pai nunca foi presente na minha vida, minha mãe tenta dar uma de "mãe-pai" eu tinha sempre que evitar que ela ficasse sabendo de algumas coisas para não causar constrangimento e ter que ficar ouvindo lição de moral ou, segundo Jonh Ruskin " 30 minutos capazes de ressucitar os mortos". Uma vez eu arrastei a Cris da casa da tia - insuportável - dela e a levei para ir morar comigo, eu estava decidido e ninguém poderia me impedir, mas pouco tempo depois a mãe dela, senhora Rita, não permitiu, segundo ela, o marido não havia gostado nada disso. Depois uma garota que conheci na escola, a "L", foi morar comigo, eu tive um curto namoro com ela, e como eu era otário quase morri no dia de levar os móveis dela pra minha casa, nós estávamos na rua e já estava anoitecendo, quando um carro veio em nossa direção, mas não foi esse o motivo da minha "quase morte" na verdade isso foi uma grande ajuda, pois o motorista era um velhinho muito bondoso que se dispôs a nos ajudar com a mudança. O guarda-roupas dela tinha um espelho embutido em uma das portas e quando o carro estava saindo do condomínio, que ela morava, um varal de aço prendeu o guarda-roupas fixando com muita força até resultar na explosão do espelho, nesse momento pedaços de espelhos sobrevoavam os ares e, graças a uma gaveta que estava entre minhas pernas, não fui gravemente ferido.